quinta-feira, 28 de novembro de 2013

#7 my heroes . your heroes

14 Nov 2013



Na última aula o desafio lançado foi trazer os nossos heróis. As pessoas que nos inspiram, que nos cativam e que nos apaixonam pelo seu trabalho e modo de agir e pensar.
Eu devo ter uns 100 heróis e inspirações, mais deixo aqui os 3 que mais me influenciam no dia-a-dia e que apresentei na aula.


Charles & Ray Eames

Mais do que ícones, mais do que revolucionários, a dupla Eames inspira todo o meu trabalho, directa ou indirectamente, com a suas criações que vão desde arquitectura, ao cinema, fotografia e alcançam toda a sua perfeição no Design de Equipamento com materiais e formas inovadoras, levando o Design como o conhecíamos até à data a outro nível, por meio de uma imaginação, criatividade e experimentação algo atrevidas.

Tudo o que os rodeava eram estímulos e inspirações para criar, fosse bom, fosse mau, tudo de alguma forma permitia a esta dupla pensar, criar, inovar, experimentar e triunfar nas mais diversas formas de Arte.


”Recognized the need”, disse uma vez Charles, é a primeira condição do Design. Desde cedo na carreira que partilharam juntos, os Eames indentificaram a necessidade de um design acessível, ainda que de alta qualidade, para o consumidor comum - equipamento que poderia servir para uma grande variedade de usos.

Durante 40 anos, os Eames experimentaram formas de enfrentar este desafio, projectando flexibilidade nas suas criações, designadas “compact storage”, e nos seus sofás dobráveis que revolucionaram a forma de habitar, assentos para estádios, aeroportos, escolas, cafés, escritórios, praticamente projectaram a “arte de sentar” para qualquer lugar desejado com um conforto extremo e uma beleza que nos fascina até aos dias de hoje.

São peças que nos inspiram, que nos apaixonam, que pedem para ser usadas, que saltam ao olhar pelas cores fortes, pela simplicidade complexa das curvas, das linhas rectas, das madeiras e dos plásticos que se conjugam num equilíbrio subtil.
Adaptam-se a qualquer sitio, a qualquer pessoa, a qualquer situação e preenchem o espaço dando vida, charme e elegância, provocando sem exagerar.
“What works is better than what looks good”, disse Ray, “the looks good can change, but what works, works”, esta era sem dúvida a máxima de todos os seus trabalhos e nada mais perfeito para a personificação deste ideal como o equipamento de Charles e Ray Eames.

“Apesar de todo barulho da sua mente e vida, Charles Eames tem uma grande calma interior. Um homem magro e bronzeado, com olhos castanhos, de um riso e uma gagueira repentina, ele é um homem fascinante. E com roupas fascinantes também. Ele gosta de usar amarelo-bege, amarelo-verde, camisas de subtilezas maravilhosas, casacos texturizados, com botões de prata Navaho que sua esposa, Ray, costura com uma agulha curvada especial. Esses botões são um indício parcial de ambos os Eames.
Eles vêem a beleza em pequenas esquisitices que os outros podem perder. Eles são intensamente práticos. Eles trabalham como parceiros, tanto como designers e cineastas, quanto em levar uma vida regrada.” 




Paulo Lobo


O meu segundo herói é sem dúvida o designer de interiores Paulo Lobo, do qual tenho o prazer de visitar projectos no dia-a-dia, por exercer na minha cidade.

O seu trabalho é sem dúvida apaixonante, não só pelo uso dos mais diversos materiais de forma equilibrada e cativante, mas também por tornar cada espaço único, ainda que com a sua imagem de marca bem presente.

Sem dúvida que é um exemplo do potencial que o nosso país tem, e consegue provar que o Design de Interiores tem um papel essencial no dia-a-dia e que precisamos deste mesmo Design não só para tornar mais bonito, mas também para aumentar o bem estar pessoal, quer seja no íntimo da habitação como num espaço público.









Todos os projectos têm um toque sofisticado e forma como os mais simples materiais como a madeira ou até livros antigos são reaproveitados atribuindo um requinte único ao espaço, é uma arte que espero um dia conseguir dominar.

O jogo subtil entre luzes e sombras, as cores (desde as mais chocantes, às mais pastel), os materiais nobres e os mais industriais, conjugados com a simplicidade do espaço  resultam em projectos acolhedores, provocantes e refinados.


Espero um dia, quem sabe, ter o prazer de trabalhar com um dos meus heróis, até lá deixo-me influenciar e cativar por todos os projectos e publicações.



Resultante da apresentação dos heróis dos meus colegas de turma, fiquei a conhecer alguns designers e arquitectos que ainda não tinha descoberto e alguns dos quais me apaixonei por algum espaço ou pormenor, pelo que deixo aqui os nomes, para um olhar mais curioso, ou para um próximo post:


+ Shelley Fox
+ Lázaro Rosa-Violán
+ Arthur Casas
+ Kelly Wearstler
+ Ingo Maurer
+ Barbara Lietman
+ Kelly Harmon
+ João Mendes Ribeiro


terça-feira, 26 de novembro de 2013

#6 criatividade . autoria . designer superstar . objectdesign

07 nov 2013

Sem criatividade não há design! 


O design, seja ele gráfico, de produto ou no meu caso de interiores, tem como papel identificar e resolver problemas, ou seja, ou criar novo ou resolver o existente de forma prática, estética e funcional. Para estas duas opções não há dúvidas que a criatividade do projectista tem um papel essencial na resolução da proposta, pelo que no Design, a criatividade está em todo o lado e todos os estímulos de tudo o que nos rodeia alimentam essa mesma inspiração e criatividade. 

"a vida é criativa" 
"a criatividade é uma das características do universo no qual nos coube existir" 

"o agente criativo (que podemos substituir no nosso caso por projectista/designer) é aquele que explora os mecanismos fundamentais da criatividade, seguindo um método pré-definido ou aleatoriamente através da tentativa erro"

Os artistas são mais inclinados a utilizar a experimentação aleatória, enquanto os cientistas preferem seguir uma metodologia.

E os designers?? 

+ Existe uma liberdade criativa em Design!?

Como designers estamos habituados a saber de tudo um pouco, a escolha que fizemos de seguir esta profissão, provém da nossa necessidade de saber mais e de tudo um pouco, de querer descobrir e perceber, de reutilizar ou repensar desde o pormenor ao todo, pelo que quando chega a hora de criar, somos livres! 

A partir desta mesma liberdade inventamos ou ré-inventamos o que conhecemos. O que fazemos com tanta liberdade? Talvez seja bom haver condicionantes, é mais fácil pensar a partir de um conceito ou premissa que inspire o projecto, porque demasiada liberdade normalmente resulta em confusão e demasiada informação.

Os mecanismos fundamentais da criatividade e do design são:

1. Evolução 
2. Combinação (material/gráfica)
3. Mutação (acidentes/acaso que interveio na nstureza) 

Um exemplo de mutação é o urinol de Duchamp que passou de ser um dos equipamentos mais privados na intimidade humana, para ser exposto num museu como obra de arte. 
Estamos perante uma mutação material e semântica que depois dá origem à descaraterização do objecto e da sua função. 




Surge aqui o DESIGNER COMO AUTOR! 
Neste caso há duas formas de promoção e de fama:

+ o designer tem nome e promove o produto 
+ o produto ganha fama e promove o designer

Muitas empresas fazem uso destas estratégias, pelo que temos o exemplo da H&M que utiliza designers de moda conhecidos ou simplesmente artistas, para promover e fazer a imagem de certos produtos e colecções que conferem às roupas um certo carisma e importância pelo nome a que estão associadas. 





Um exemplo do contrário, foi o sucesso de Phillip Starck que a partir dos seus produtos revolucionou o mundo do design e tornou-se um dos ícones e inspirações contemporâneas conjugando arte e design. 
Também a Alessi utiliza os produtos para promover os seus designers e torná-los únicos.


 Phillip Starck

Phillip Starck for Alessi






Alessi




=

+ designer como superstar

O artista ou projectista é por si só é a estrela e o centro das atenções e a sua postura carismática resulta na promoção do produto que cria.

Temos a perspectiva do designer como autor em oposição à obsessão científica. 
Designer = Artista = Empreendedor 

Ex: Fernando Brizio






+ Designer = design object

Neste caso o próprio designer faz parte do projecto e dá a cara no mesmo, tornando-se ele próprio o objecto do design 

Ex: sagmeister




   

ex2: Phillipe Starck


Ainda não sei que tipo de designer pretendo ser, nem sei o que o futuro me reserva profissionalmente. Talvez todos os designers devam ter em si um bocadinho de superstar, um bocadinho de autor, um bocadinho de produção em massa e quem sabe talvez um bocadinho de design object! 
É importante perceber a forma como cada fase do nosso trajecto vai influenciar o trabalho que pretendemos que influencie também outras pessoas. 
Eu pessoalmente gostaria de experimentar todas estas fases mas no fim do dia, ser definida não por uma label ou pelo estatuto que ela tem, mas sim pelo bem-estar e personalidade que cada espaço criado por mim provoca. 
Não quero fazer diferente, quero sim conhecer, moldar e criar espaços, influenciar-me por génios, cheiros e músicas. 

Try harder. To be stronger and better.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

#5 Design e Ciência

24 out 2013



Ciência do Design ou Ciência para o Design??



É interessante perceber a evolução que a discussão sobre Design sofreu, desde a épica discussão entre racionalismo vs emoção até actualmente a discussão ambígua sobre a possibilidade do Design possuir uma ciência própria ou como até agora basear-se em outras ciências como a ergonomia, percepção, engenharia, etc..


Para isso é preciso à partida perceber o que significa ciência e o que significa design propriamente dito. 

"Design é uma actividade criativa, orientada para a acção inerente à evolução do Homem,..." 

"Tudo é design" Moura


“O designer é uma nova espécie de artista, um criador capaz de entender todas as formas de necessidades: não por ser um prodígio, mas porque sabe como abordar as necessidades dos homens de acordo com um método bem definido”. Gropius

“É alguma coisa que existe em todas as sociedades, mas diferentemente em cada uma. Para entender este aspecto da sua função no mundo, não é necessário encontrar uma definição concisa e de aplicação universal, mas sim desenvolver a capacidade de observar a riqueza do conceito, de estar atento aos múltiplos aspectos que ele pode assumir e de apreciar as várias necessidades humanas que o design pretende servir. É útil conhecer o maior número possível de definições porque, ao longo da História, os homens enalteceram as virtudes e os vícios mais contraditórios, nas sociedades, nos edifícios e em tudo o que produziram.” Baynes


Ciência por sua vez:

• Acumulação de conhecimentos sistemáticos
• corpo de conhecimentos consistindo em percepções, experiências, factos certos e seguros

O que cria aqui o problema do Design como ciência porque um criador, um pensador, um projectista tem em si algo de subjectivo, de emotivo e pessoal. 
Mas também a ciência está em constante interrogação e mudança...

• estudo de problemas solúveis, mediante o método científico
Os designers sempre usaram o método tentativa-erro

• forma sistematicamente organizada do pensamento objectivo
Mas o ser humano tem sempre em si um lado subjectivo e emotivo que vai sempre influenciar, logo podemos dizer que os conceitos de ciência têm algumas refutações que se aproximam mais do Design e que até os interligam tornando possível assim pensar em Design como ciência. 

Ciência esta organizada rigidamente sob três aspectos: 
• estrutura
• conteúdo 
• método 
E o Design, possui também estes 3 aspectos?? 
Temos estrutura, organizamos os nossos cursos, livros e faculdades/escolas; Temos conteúdo, desde a antiguidade até ao contemporâneo o conteúdo só vai aumentando; E temos método, em formas de pesquisa, treino e experimentação muito próprias para cada área. 

Pensamos então no Design como uma ciência! Mas que tipo de ciência? 

+ ciência pura/formal? (Lógica+matemática) 
+ ciência real/aplicada/empírica (totalidade das ciências humanas, naturais e sociais)

Onde nós encaixamos então? 

C. Natural = conhecimento sobre os mecanismos do mundo natural 
C. Sociais = conhecimento do comportamento humano em sociedade 
C. Humanas = conhecimento sobre o efeito da conjugação dos meios concepção estética e semântica e do seu significado

Tudo isto esta presente no Design, pelo que podemos dizer que... 

DESIGN = CIÊNCIA INTERDISCIPLINAR + HOLÍSTICA que contribuí para o estabelecimento de relações entre várias ciências. 

Nos dias de hoje em que se faz uso do design para as mais diversas actividades como enriquecidor das mesmas, é preciso pensar como podemos caracteriza-lo para ser estudado e respeitado em todas as suas áreas e interacções. 

A disciplina do Design sofreu algumas mudanças fazendo passagens e mutações desde style — form+function — problem solving — framing influenciando e resultando nos dias de hoje na possibilidade de o classificar em 4 grandes grupos - 2D/3D/4D/5D - que se interligam e completam entre si. 

A foto abaixo foi o resultado do gráfico feito na aula, onde colocamos e relacionamos as várias vertentes e sub-vertentes no Design actual "encaixadas" no respectivo espaço. 


                                     

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

#4 arquitectura . interiores . produto

16 out 2013


A aula de hoje foi reservada para a exposição dos temas e autores escolhidos para a proposta de trabalho.

A minha escolha foi o capítulo "Arquitectura e Design" do livro Design e Contexto que começa por fazer um breve resumo da relação entre a história, teoria e prática do design com a Arquitectura, para depois fundamentar com exemplos de designers que projectaram arquitectura e Vice-versa mostrando a intercambiabilidade entre as duas áreas. Fazem referência a:







+ Tadao Ando
+ Alfredo Arribas
+ Asymptote
+ Mario Botta
+ Santiago Calatrava
+ Coop Himmelblau
+ Egon Eiermann
+ Norman Foster
+ Frank O. Gehry
+ Zaha Hadid
+ Hans Hollein
+ Toyo Ito
+ Rem Koolhaas
+ Richard Méier
+ Alessandro Mendini
+ Jean Nouvel
+ Aldo Rossi
+ James Stirling
+ Oswald Matthias Ungers
+ Peter Zumthor

A partir do estudo e reflexão deste capítulo e destes autores pretendo abordar e aprofundar alguns temas entre os quais:

+ critica do arquitecto fazer o trabalho do design e Vice-versa
+ o equilibro entre o trabalho dos mesmos em conjunto em vez de se substituírem
+ exemplos de trabalhos e sociedades em que isso resulta
+ influência dos ícones exemplificados neste capítulo e a procura de outros e a forma como influenciam o meu percurso
+ forma como diferentes artistas em diferentes épocas e movimentos pensaram o design e a arquitectura
+ criar novo? Tudo parte de uma base/influência/inspiração
+ Design de interiores como linha ténue entre arquitectura e design de produto
+ breve ponte entre todas as áreas de design e a forma como se complementam (ou deveriam).

Todos estes pontos são as palavras/frases-chave que irão constituir o meu trabalho. Após uma pesquisa e leitura sobre todos os temas e autores poderei não só comunicar todas as conclusões e conteúdos e conhecimentos absorvidos mas também formular a minha opinião sobre cada um deles e a forma como isso poderá influenciar a prática da minha profissão.

"Não ha um estilo", disse o guru francês da arquitectura Jean Nouvel em conferência com mais de mil participantes. "Somente existe uma postura". O importante é não fazer o mesmo duas vezes, deixar-se estimular e influenciar pelo ambiente e ao produto que se forma dar uma identidade."
Henning Kluver, 2002

#3 brainstorming

10 out 2013


No seguimento da proposta de trabalho da análise e critica de um capítulo ou livro que se relacione com a disciplina ficam aqui alguns exemplos de livros/autores que achei interessantes como pesquisa para o trabalho e para futuras publicações aqui no blog:

+ Victor Papanek, "Arquitectura e Design" - cap.4, sentir a habitação, pg.83
+ Gui Bonsiepe, "Del objecto à la interfase"
+ Donald A. Norman, "The Design of Everyday Things"
+ Otl Aicher, "El mundo como proyecto" - charles eames, pg.59 e la firma, pg.117

Nesta aula procedemos também à realização de um mapa conceptual em grupo do que para nós simboliza o Design de Interiores desde a  forma prática até à simbólica.

Como introdução e inspiração partimos da análise de um excerto da tese da prof. Katja Tschimmel - cap. 6.1, sobre a noção de "Design" - de onde retirei a citação de Kees Dorst que orientou o início da criação do mapa conceptual:

"Várias são as abordagens possíveis para compreendermos o Design (...). Estas diferentes perspectivas assentam em visões do mundo estruturalmente diversas. Os racionalistas contra os intuitivos, os solucionadores de problemas contra os aprendizes, os idealistas contra os pragmáticos. "




Dito isto, fizemos um brainstorming de palavras e conceitos que para nós resumem e caracterizam o Design de Interiores:

Criatividade - acção - reflexão - comunicação - configuração - produção

Homem - pensamento - acção - evolução - permanente mudança - investigação - mercado - público-alvo - universalidade - individualidade

Designar - indicar - dispor - ordenar - plano - projecto - esquisso

Interface - identidade - linguagem visual - consumo - serviços - produto

Funções: construtiva - estética - simbólica

Cor - forma - dimensão - materiais - texturas - sons - cheiros

+ Culturas
+ espaços interior/exterior
+ pormenores
+ época/ estilo
+ tendências
+ inspirações: eames - corbusier - aalto - mies - meyer - wright - siza - dixon

Relação entre todas as áreas: designer - equipa - empresário - outras áreas de Design - psicólogos - contabilista - etc...

A relação entre todos estes conceitos simboliza de forma resumida a dimensão ambígua e quase infinita que compõe a prática do Design de Interiores. Abordamos desde a mais básica linha recta até à mais complexa curva.
Desde a escolha do candeeiro até conhecimentos sobre electricidade. Desde a escolha da cor da parede até conceitos sobre a influência da cor nos espaços. Ergonomia, geometria e estética. A emoção do espaço e a utilização prática do mesmo.

Design de interiores é destruir para Construir e construir para evoluir.